Hoje, 12, o Brasil, por meio da Lei nº 13.614/2018, dá um passo decisivo ao definir meta de reduzir à metade, no mínimo, o índice nacional de mortos por grupo de veículos e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes, ao final do prazo de 10 anos.
É importante registrar que a decisão do Brasil não é um ato isolado, mas um reflexo de uma meta mundial para reduzir o número de mortes e sequelas decorrentes de acidente de trânsito. A Organização das Nações Unidas – ONU lançou o programa Década de Ações de Segurança no Trânsito, que reúne mais de 160 países. O objetivo é reduzir pela metade o número de mortes causadas por acidentes entre 2011 e 2020. Segundo a organização, as fatalidades no trânsito estão entre as principais causas de morte de pessoas com idade entre cinco e 44 anos, causando um prejuízo global superior a 500 bilhões de dólares todos os anos.
O Brasil, conforme dados publicados, está em quinto lugar com o registro de 47 mil mortes no trânsito por ano, acrescidos de 400 mil pessoas, que ficam com algum tipo de sequela. Estima-se que o custo desse prejuízo, suportado por todos os contribuintes, é de R$ 56 bilhões, de acordo com levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária. De 2009 a 2016, por exemplo, o total de óbitos saltou de 19 para 23,4 por 100 mil habitantes.
As estatísticas não são precisas sobre as causas de acidentes, mas algumas merecem mais crédito em relação a mortes ocorridas em 2016: falta de atenção – 30,8% dos óbitos registrados; velocidade incompatível – 21,9%; ingestão de álcool – 15,6%; desobediência à sinalização – 10%; ultrapassagens indevidas – 9,3%; e sono – 6,7%.
Os tipos de acidente foram classificados, como: colisões frontais, que responderam por 29% das vítimas mortas no ano passado, seguidas pelos atropelamentos de pedestres – 18,2%. Condutores ou passageiros de motocicletas foram 17,8% dos mortos; ciclistas, 4,1%. Em pesquisa publicada por órgãos não governamentais, 24,3% dos motoristas admitiram dirigir logo após consumir bebida alcóolica, e o uso de celular na direção seria a terceira maior causa de mortes de trânsito no Brasil, revelou uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego – Abramet.
Ao todo, são 150 vítimas por dia e 54 mil por ano. Tal combinação somente perde em números de fatalidades para o excesso de velocidade e a embriaguez ao volante. Em pesquisa realizada com motoristas, o uso do celular causou e foi considerado possível causa de acidente em apenas 13% dos motoristas, enquanto “separar briga de crianças a bordo” foi a primeira, com 26%.
Pesquisas também apontam as causas não referidas, que é, principalmente, a infraestrutura inadequada: ruas e estradas esburacadas e mal sinalizadas. De acordo com o advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, não somente motivos humanos fundamentam a preocupação. Segundo a Líder Seguradora, foram pagos, em 2010, quase R$ 2,3 bilhões em indenizações por morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e hospitalares em favor de mais de 252.000 vítimas de acidentes de trânsito ou beneficiários.
“No ano passado, já houve acréscimo: de janeiro a junho, cerca de R$ 1,1 bilhão foi destinado ao pagamento das indenizações, valor que supera em R$ 15 milhões o valor pago no mesmo período do ano anterior. Conforme dados publicados por uma instituição não governamental, 55% dos leitos dos hospitais são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito. Além de reduzir à metade, com o dinheiro economizado seria possível construir 28 mil escolas ou 1.800 hospitais”, observa.
Para o professor, o cidadão, que sustenta a máquina administrativa ineficiente e sempre crescente, não tem, ao seu lado, agentes públicos que possam fazer um juízo isento.
“Assombra ainda a consciência o fato de que os problemas muitas vezes somente são percebidos quando motivos econômicos passam a motivar a preocupação”, conclui Jacoby Fernandes.
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