Acidente em Mariana liberou metais tóxicos da margem e do fundo do rio, aponta Vale
Metais como chumbo, arsênio, cromo e níquel foram encontrados em alguns pontos do Rio Doce, depois da passagem da onda de rejeito de minério com o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana.
Segundo a diretora de Recursos Humanos, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia da Vale, Vania Somavilla, elementos químicos não estariam dentro da barragem, mas, sim, nas margens e no fundo do rio. Eles acabaram sendo misturados à água pela passagem do volume de lama.
“Quando ela [barragem] se rompe, e aquilo sai lavando as margens, ela pode ter recolhido algum tipo de material que estava presente nas margens, de origens as mais diversas. Além disso, pode ter revolvido o fundo e efetivamente, em alguns pontos, foram detectados chumbo e arsênio ao longo do rio”, explicou Somavilla.
A diretora da Vale chegou a citar relatórios do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, que também detectou cromo e níquel. “A ressuspensão do material de fundo, ocasionada pelo deslocamento da pluma do rejeito, pode ter disponibilizado para a água esse material depositado ao longo de centenas de anos no leito do rio”, afirmou.
O diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, classificou o episódio de doloroso. “É com a alma triste e consternada que estamos aqui, com nove mortos e dez desaparecidos confirmados oficialmente, e muito preocupados, porque existem 5,2 mil pessoas que não sabem a respeito de seu futuro: funcionários diretos e indiretos da Samarco. Para mim, é extremamente doloroso fazer parte de um momento em que, em vez de preservar a vida, que é o primeiro valor da Vale, acontece uma circunstância dessas”, salientou.